Verão em um país tropical como o Brasil é assim: calor, suor e protetor solar. Ou, pelo menos, era assim. Durante décadas, ouvimos de especialistas que se proteger do sol era essencial para evitar câncer e envelhecimento precoce da pele. Agora, porém, a regra já não está mais tão clara. Novas descobertas sobre a importância da Vitamina D, cuja síntese é estimulada pelos raios solares, têm levado médicos a recomendar a exposição ao sol em horários antes considerados danosos e sem filtro solar. Afinal, o excesso de sol é bom ou ruim?
Primeiro, é preciso entender o que é a Vitamina D. Trata-se, na verdade de um pró-hormônio, ou seja uma substância que dá origem a vários hormônios. É produzida pelo corpo a partir do colesterol exposto aos raios ultravioletas B do sol. Alguns alimentos também podem ser fontes de Vitamina D, mas a maioria dos médicos acredita que não é possível obter mais do que 20% das necessidades diárias via cardápio, já que a concentração da substância é muito baixa nos alimentos.
Durante muito tempo, ela foi associada à formação de ossos e dentes. Mais recentemente, porém, pesquisas revelaram que seus benefícios vão muito além. A Vitamina D fortalece o sistema imunológico, ajuda na prevenção e tratamento de doenças como diabetes e hipertensão e pode até ajudar a emagrecer. Alguns pesquisadores têm utilizado a Vitamina D de forma experimental para tratar doenças graves como esclerose múltipla.
Não, a Vitamina D é uma ferramenta importante para a saúde, mas em excesso pode ser prejudicial. Náuseas, cefaleia e vômitos são alguns dos efeitos da intoxicação com a substância, que em casos mais graves pode levar à formação de, por exemplo, pedras nos rins.
Embora alguns especialistas já falem na necessidade de índices mais altos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) mantém a recomendação de concentração mínima de 30 ng/ml (nanogramas por mililitro de sangue) de Vitamina D. De acordo com a entidade, cerca de 50% da população mundial está abaixo desses índices mínimos.
Basicamente, você precisa de sol. Quanto a isso, ninguém discorda. O problema é como e em que quantidade é preciso se expor aos raios. Existem duas correntes principais, uma delas diz que é necessário se expor ao sol pelo menos por meia hora diária sem proteção solar preferencialmente entre 10h e 16h. Outra, mais conservadora e preocupada com os perigos do sol, fala em quinze minutos três vezes por semana.
Calma, também não é assim. Lembre-se: nada em excesso faz bem, nem o sol. A exposição necessária para a produção de Vitamina D é de 15% da superfície corporal, ou seja, só pernas ou braços já seria suficiente. Então, a primeira dica é: se for nadar ou se expor de biquínis ou sungas, protetor solar sempre. Também é importante entender que pessoas com a pele mais clara têm mais riscos de desenvolverem doenças a partir da alta exposição ao sol, então, quanto mais clara for a sua pele, mais cuidado é necessário.
Comece consultando um endocrinologista e fazendo um exame para saber se você tem deficiência da Vitamina D. Caso tenha, ele vai receitar a melhor forma de repor a substância. As indicações dele podem ser uma combinação entre cápsulas de vitamina, alimentação e exposição ao sol. Tudo vai depender de uma série de variáveis que vão da cor da sua pele, e consequentemente a quantidade de raios solares aos quais pode se expor sem prejuízos, e o local onde você vive. Caso more no Norte ou no Nordeste do país, por exemplo, a força dos raios solares é mais alta e isso deverá ser considerado pelo médico.
Sim, mas as vitaminas em cápsulas só são recomendadas com acompanhamento médico para não correr o risco de intoxicação. Consumir alimentos que contém a substância como verduras e peixes de água fria, também ajuda, porém dificilmente você vai alcançar os índices necessários apenas com as refeições.
E aí? Já fez o exame para saber seus níveis de Vitamina D? Conte para a gente os resultados!
Fontes: com informações da Sociedade Americana de Endocrinologia, da Empresa Brasileira e Comunicação (EBC) e da Revista Istoé.